CopenHill: a usina de energia com uma pista de esqui na cobertura projetada pelo BIG

Após quase uma década em construção, a usina de geração de energia a partir de resíduos CopenHill, imaginada pela primeira vez pelo Bjarke Ingels Group, foi finalmente inaugurada em Copenhague. O ArchDaily cobriu inicialmente o projeto do BIG em janeiro de 2011, mas a usina incluiria posteriormente ideias hedonísticas do primeiro gerador de anéis de vapor do mundo e o financiamento coletivo através do Kickstarter. Hoje, o projeto cumpriu muitas de suas promessas e a CopenHill permanece como um zeitgeist arquitetônico moderno, refletindo a própria evolução do BIG.

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Cortesia de BIG

A ideia que se tornaria a CopenHill na verdade remonta a 2002, antes do BIG, quando o nome da empresa de Bjarke Ingels era PLOT. O que eles propuseram foi inserir um espaço público urbano na área mais densa de Copenhague, onde a terra é mais limitada, com uma topografia de pista de esqui acima da maior loja de departamentos da cidade. A ideia não foi concretizada, apesar de vencer a competição, mas foi a primeira semente da ideia para a CopenHill que vemos hoje. Avançando quase uma década depois, foi anunciado em 2011 que o BIG havia vencido o concurso internacional de projeto da usina de geração de energia a partir de resíduos em Copenhague com a AKT, Topotek 1, Man Made Land e Realities: United.

Cortesia de BIG

A CopenHill já possuiu vários nomes desde 2011, de Amagerforbrændingen a Amager Bakke e CopenHill. Localizada em uma área industrial perto do centro da cidade, a nova usina aspirava a se tornar um modelo exemplar no campo de gerenciamento de resíduos e produção de energia, além de um marco arquitetônico. Na época, o projeto era a maior iniciativa ambiental da Dinamarca, com um orçamento de 3,5 bilhões de coroas dinamarquesas. Foi criado para substituir a fábrica adjacente de trituração da Amagerfor, integrando as mais recentes tecnologias em tratamento de resíduos e desempenho ambiental.

Cortesia de BIG

Como BIG disse em 2011, "a principal função da fachada é ocultar o fato de as usinas estarem com um sério problema de imagem / marca. Queremos fazer mais do que apenas criar um envelope bonito em torno da fábrica. Queremos adicionar funcionalidades! A ambição de criar valor agregado através da funcionalidade não contrasta com a ambição de criar beleza. Não precisa ser um ou outro – pode ser os dois!". Eles também anunciaram a proposta de transformar a cobertura do novo Amagerforbraending em uma pista de esqui artificial para os cidadãos de Copenhague e seus municípios vizinhos.

Após alguns anos, iniciou-se a construção da usina com uma série de superlativos. Ela pretende se tornar a usina mais limpa de geração de energia a partir de resíduos do mundo, ser o maior e mais alto edifício de Copenhague, abrigar a primeira pista de esqui da Dinamarca e expelir suas emissões de CO2 através de anéis de fumaça repentinos. A editora-gerente do ArchDaily, Vanessa Quirk, escreveu que era "um sinal de que o BIG finalmente atingiu a maturidade, realmente se consolidando como empresa".Ela enfatizou como o BIG pretendia se conectar com as pessoas. "Esta é a chave: BIG aprendeu a usar sua estranha ingenuidade não só para seu próprio bem;aprendeu a usar suas táticas de guerrilha para incentivar a participação do público e depois dar propósito a essa participação. Amager Bakke é puro BIG, mas um BIG maior e mais adulto".

Em 2015, vimos esforços para dar vida ao primeiro gerador de anel de vapor do mundo. Mas o BIG atingiu um obstáculo: como Bjarke Ingels explicou à FastCo Design, "não havia fabricantes de anéis de fumaça nas páginas amarelas". A fim de dar aos moradores uma nova compreensão sobre a questão do aquecimento global, para cada tonelada de CO2 gerada pela queima de resíduos, a usina emitiria um anel de vapor enorme em direção ao céu da chaminé situada no topo de sua cobertura inclinada. Infelizmente, a ideia não foi concretizada e a campanha do Kickstarter perdeu força.

© Rasmus Hjortshoj

No ano passado, a SLA revelou o projeto exclusivo do parque e das pistas de esqui que cobriria a CopenHill. Inicialmente esquematizado pelo BIG, o projeto de 16.000 metros quadrados procura dar um novo propósito a um elemento de um edifício tipicamente não utilizado pelo público através da introdução de um programa cheio de natureza. Durante os meses de verão, o parque na cobertura oferecerá aos visitantes trilhas para caminhadas, parquinhos infantis, estruturas para condicionamento físico, pista de corrida, paredes de escalada e vistas da cidade. No inverno, o parque também apresentará mais de 500 metros de pistas de esqui.

Hoje, a CopenHill é o resultado de quase dez anos de pensamento, tempo e projeto. Para concluir o projeto, o BIG trabalhou com SLA, AKT, Lüchinger + Meyer, MOE e Rambøll. A usina quer incorporar a noção de Sustentabilidade Hedonista, alinhando-se ao objetivo de Copenhague de se tornar a primeira cidade neutra em carbono do mundo até 2025. O projeto de 41.000 m² inclui um centro de recreação urbano e um centro de educação ambiental, transformando a infraestrutura social em um marco arquitetônico. Sob o parque, fornos, vapor e turbinas convertem 440.000 toneladas de resíduos anualmente em energia limpa suficiente para fornecer eletricidade e aquecimento urbano para 150.000 residências. A CopenHill apresenta uma fachada contínua composta por tijolos de alumínio com 1,2 m de altura e 3,3 m de largura, empilhados como tijolos gigantescos sobrepostos.

© Laurian Ghinitoiu
© Soren Aagaard

“A CopenHill é uma expressão arquitetônica forte de algo que, de outra forma, permaneceria invisível: a usina de geração de energia a partir de resíduos mais limpa do mundo. Como tal, a CopenHill é tão limpa que conseguimos transformá-la no alicerce da vida social da cidade – sua fachada é escalável, sua cobertura é caminhável e suas pistas são esquiáveis. Um exemplo claro de sustentabilidade hedonista – quando uma cidade sustentável não oferece apenas melhor para o meio ambiente, mas também é mais agradável para a vida de seus cidadãos. Bjarke Ingels, fundador e diretor de criação do BIG.

Bjarke segue explicando que a CopenHill significa hoje. “Para mim, a CopenHill é um exemplo perfeito do poder da arquitetura de mudar o mundo.Que temos o poder de dar forma ao futuro em que queremos viver. Meu filho fará um ano no próximo mês – e ele nunca se lembrará de que houve um tempo em que você não podia esquiar no telhado da usina, ou escalar suas fachadas. Ele entenderá isso como normal – e também toda a sua geração. Energia limpa e usinas elétricas esquiáveis serão a linha de base de sua imaginação – a plataforma a partir da qual elas irão saltar e propor ideias novas e ousadas para o seu futuro.Ficar no pico desta montanha feita pelo homem que passamos a última década criando me deixa curioso e empolgado para ver que ideias essa cúpula pode despertar nas mentes das gerações futuras.”

© Laurian Ghinitoiu
© Justin Hummerston

A CopenHill se destaca como um monumento à trajetória do BIG e reflete a influência da empresa na arquitetura e no design. Para uma geração de arquitetos, o projeto continuou sendo uma possibilidade, vivendo no campo das ideias. Quando a construção começou, a profissão também mudou. Tornamo-nos mais sintonizados com a crise climática e a relação entre construção e impacto ambiental. Ao mesmo tempo, adotamos cada vez mais novos programas de construção e formas de envolvimento da comunidade. A CopenHill se tornou mais do que a soma de suas partes e mais do que uma coleção de superlativos. Simboliza o desejo de reimaginar o ambiente construído para as gerações futuras e, por sua vez, trazer alegria de volta às nossas cidades.

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Sobre este autor
Cita: Baldwin, Eric. "CopenHill: a usina de energia com uma pista de esqui na cobertura projetada pelo BIG" [CopenHill: The Story of BIG's Iconic Waste-to-Energy Plant] 09 Out 2019. ArchDaily Brasil. (Trad. Moreira Cavalcante, Lis) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/926004/copenhill-a-usina-de-energia-com-uma-pista-de-esqui-na-cobertura-projetada-pelo-big> ISSN 0719-8906

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